Saúde do trabalhador e combate às discriminações

A saúde do trabalhador não se limita apenas à prevenção de acidentes ou ao acompanhamento médico periódico. Ela também envolve um ambiente de trabalho saudável, livre de assédio, discriminações e violências que comprometem tanto o bem-estar físico quanto o psicológico dos trabalhadores e trabalhadoras.
Estudos do Ministério da Saúde apontam que o sofrimento mental relacionado ao trabalho é uma das principais causas de afastamento do emprego no Brasil. Casos de assédio moral e sexual, racismo, preconceito regional, machismo e homofobia são fatores que impactam diretamente a saúde do trabalhador, causando ansiedade, depressão e até o afastamento definitivo das atividades.
Assédio moral e sexual
O assédio moral é caracterizado por condutas repetitivas que humilham, desvalorizam ou isolam o trabalhador, enquanto o assédio sexual envolve constrangimento de natureza sexual, com ou sem promessa de vantagem. Ambos são considerados violações graves da dignidade e devem ser denunciados. O artigo 1º da Constituição Federal assegura a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República, reforçando que o trabalho deve respeitar esse princípio.
Racismo e preconceito regional
O racismo estrutural ainda se reflete no mercado de trabalho: segundo o IBGE (PNAD Contínua 2022), a população negra recebe, em média, apenas 60% da renda da população branca. Além disso, trabalhadores de regiões historicamente marginalizadas, como o Norte e o Nordeste, enfrentam preconceitos e estigmas que dificultam a ascensão profissional. Tais práticas configuram discriminação e ferem o artigo 3º da Constituição, que prevê o combate a todas as formas de preconceito.
Machismo e desigualdade de gênero
As mulheres ainda enfrentam barreiras no ambiente de trabalho. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2023) mostram que o assédio sexual no trabalho atinge uma em cada quatro brasileiras. Além disso, a sobrecarga de tarefas domésticas e a diferença salarial permanecem como desafios. A Convenção nº 111 da OIT, ratificada pelo Brasil, garante a igualdade de oportunidades e de tratamento no emprego, reafirmando o combate à discriminação de gênero.
Homofobia e LGBTfobia
Trabalhadores LGBTQIA+ também sofrem discriminações que afetam sua saúde e segurança no trabalho. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal equiparou a homofobia e a transfobia aos crimes de racismo, tornando claro que tais práticas são ilegais e inaceitáveis. Um ambiente de trabalho inclusivo, que respeita a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero, é fundamental para a promoção da saúde mental.
O papel do sindicato
O Sindipesado-SP reafirma seu compromisso em defender a saúde integral dos trabalhadores e trabalhadoras, lutando contra todas as formas de discriminação e violência no ambiente de trabalho. O sindicato não apenas denuncia essas práticas, mas também orienta e acolhe os trabalhadores que sofrem tais violações, pois entende que a saúde só é plena quando há dignidade, respeito e igualdade.