Inflação oficial registra -0,11% em agosto, menor índice desde 2022. Queda foi puxada por energia, alimentos e transportes, segundo IBGE.
O IBGE informou que o IPCA registrou -0,11% em agosto. O resultado representa deflação e é o menor desde setembro de 2022 (-0,29%). Em julho, o índice havia ficado em 0,26%. Agora, no acumulado de 12 meses, a inflação alcança 5,13%, ainda acima da meta do governo.
A principal influência veio da conta de luz, que caiu 4,21% e reduziu 0,17 ponto percentual do IPCA. O grupo habitação recuou 0,90%. Esse resultado foi provocado pelo Bônus de Itaipu, desconto aplicado a 80,8 milhões de faturas, que compensou a cobrança da bandeira tarifária vermelha 2.
Contudo, o gerente do IBGE, Fernando Gonçalves, adiantou que em setembro haverá devolução. Sem o bônus, as contas devem subir, pressionando o índice novamente.
O grupo alimentação e bebidas registrou queda de 0,46% em agosto, acumulando retração de 0,91% nos últimos três meses consecutivos de deflação. Os alimentos que mais recuaram foram tomate (-13,39%), manga (-18,40%), arroz (-2,61%), café moído (-2,17%), mamão (-10,9%), batata-inglesa (-8,59%) e cebola (-8,69%).
De acordo com o IBGE, a maior disponibilidade de produtos aumentou a oferta e reduziu os preços. A alimentação fora do domicílio também desacelerou para 0,50% em agosto.
O grupo transportes caiu 0,27%, influenciado por passagens aéreas, que recuaram 2,44% após o período de férias, e pelos combustíveis, com retração média de 0,89%. A gasolina, item de maior peso na cesta do IBGE, caiu 0,94%. Esse recuo representou o segundo maior impacto negativo do mês sobre o IPCA.
O etanol também recuou 0,82% e o gás veicular caiu 1,27%. Apenas o óleo diesel subiu, registrando variação positiva de 0,16% em agosto.
Alguns setores tiveram aumento em agosto. O grupo educação subiu 0,75%, maior alta para o mês desde 2016. Cursos de idiomas puxaram parte dessa elevação.
Além disso, o grupo saúde e cuidados pessoais aumentou 0,54%, o vestuário avançou 0,72% e despesas pessoais tiveram crescimento de 0,40%.
O índice de difusão, que mostra a proporção de itens com aumento, ficou em 57% em agosto. Em julho, o percentual havia sido de 50%.
Nos alimentos, a difusão caiu de 50% para 47%, indicando que a redução de preços se espalhou de maneira mais ampla entre os produtos.